FOTO: MATEUS LEANDRO. CHÃO DE NOSSO CASÁRIO DE ICÓ. |
Quando
o ex-prefeito, Aldo Monteiro(já falecido), lançou o projeto “Por Amor a Icó”, em 1990, assim como muitos, entendi
tratar-se apenas dum jargão de marketing pessoal que se movimentava pelo
corredor da política partidária.
25 anos
se passaram do seu discurso em praça pública, onde declarou seu amor a Icó,
numa candidatura de deputado estadual não muito feliz com o apurar das urnas.
O
tempo, “Senhor De Todas As
Razões”, deu continuidade a
muitos outros projetos, em várias áreas de governo, de que tanta reclamava Aldo
Monteiro, precisamente, relacionados à educação e trabalho social, outrossim,
sem muito resultado estatístico que se desejava até os dias atuais.
O
jornal “O Povo”, recentemente, divulgou que Icó é
listado entre os piores índices de educação do Ceará, quiçá do nordeste
brasileiro, diante de sua média histórica.
Os
jovens, nascidos da tricentenária cidade do tempo dos índios nus, ainda
passeiam pelas ruas perguntando pra onde iremos? As nossas praças, espaços de
lazer, estão abandonados pela atual gestão. Luzes apagadas, postes caindo,
bancos quebrados e cara de terra de ninguém e sem dono.
As
belezas de Icó, naturais e do nosso acervo arquitetônico espalhadas em ruas
largas, se chocam com a feiura do resto do conjunto.
Trânsito
caótico, sinalização inexistente, calçamento com necessidade de melhorias, além
dos nossos bairros totalmente desprovidos da presença do município.
Na
periferia e nos altos, onde se observam a beleza e se escutam os ventos do
Aracati e do Mossoró, os esgotos ainda permanecem abertos e a população
entregue a própria sorte.
O
bairro Cidade Nova, mais populoso que o município de Umari, resiste ao tempo
somente com a coragem e humildade de ouvir, a cada dois anos, a promessa de que “agora vai...”. Na Cidade Nova
os políticos de Icó empataram nos discursos e nas promessas, ademais, por último
Jaime Júnior.
O
Teatro da Ribeira dos Icós, de 1860, está pintado de vassoura, em seis cores,
onde nos entristece totalmente.
Doze
obras e equipamentos públicos importantes, de convênios dos governos federal e
estadual, estão paralisadas. O prédio do INSS completou sete anos. A UPA,
SAMU, CASAS POPULARES, CANAL DE GRAVIDADE, ESTRADA ICÓ\ICOZINHO, são outros
péssimos exemplos.
Então,
desse jeito, é melhor lembrar da vaqueirama em expedições rotineiras, onde se
tangia vacas e bois, que atravessavam as plagas do Maranhão e Piauí,
concretizando o chamado Caminho das Boiadas, época de enorme apogeu comercial
em nosso município, no tempo que um fio de cabelo valia mais que uma simples
palavra.
Icó,
como disse um dia o botânico e pesquisador Freire Alemão, foi o “maior
empório comercial do sertão”.
A nossa
importância geográfica, e a importância política, consagradas pela pungente
economia que nascia generosamente pelas veias abertas da mãe natureza e pela
capacidade empreendedora dos Icoenses de então, nos faz sentir hoje a saudade
dos tempos bons que se foram.
Comentam-se,
abertamente em Icó, que existem dificuldades do povo em se relacionar com os
secretários municipais. Ninguém atende um telefone sequer. E com o prefeito
Jaime Júnior, pasme, totalmente impossível manter como ele dois dedos de proza.
Nunca
neguei que o gestor Jaime Júnior tem perfil administrativo, porém, não
conseguiu exercê-lo um 1% do que mostrou capaz, quando de sua passagem efêmera
pelo Palácio da Alforria, como prefeito temporário, em 2008.
O que
falta a Jaime Júnior?
Amor a
Icó, como bem definiu Aldo, pra mudar, valer e fazer acontecer!
Morar
em Icó, esquecendo Fortaleza definitivamente, se relacionar com o povo,
sentir cheiro de estrume, da natureza e de gente; ouvir suas simples
experiências nas ruas e logradouros públicos, seria um bom caminho a se buscar,
bem melhor do que oferecer aos nossos munícipes, passeio de "Helicóptero com a companhia
de Papai Noel" em
dezembro próximo.
Igualmente,
se na planície tudo está muito difícil, no “ar”
seria apenas “voos” de quem não
sente a presença da terra firme em seus costumes e atitudes.
O que
vale mesmo é a luta das ideias!
(Por
Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.