"O Homem que, nesta terra miserável, mora, entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera".
Os versos do soneto de Augusto dos Anjos custam pouco a ser realidade. Os acenos a apedrejar e a mão que afaba é ao mesmo tempo a que esbofeteia, a boca que beija e o beijo vira a véspera do escarro, nutre em cada um, sentimento de defesa de tal forma que escurece a vista no desejo insanável de defesa, de passar de fera a fera.
A gente sabe como é difícil traçar paralelos e julgar pessoas e, antes das pessoas, julgar suas ações. Mas sempre é possível que não as condenemos, até que se mostrem incapazes de reconciliação com a paz.
Vivemos esse momento dificílimo no país. O vírus do ódio, o vírus da intolerância, a doença inoculada na moderação e que se torna raiva pode passar a pseudo impotência ao grito de guerra ou ao grito de basta.
Este país não é isto! O índio ri. O preto dança. O branco tem raciocínio. O estrangeiro que aqui se misturou, nem sempre protagonizou atacar a borduna, mas conviver com ela em nome de quem veio evangelizar.
O Deus que se teme é o mesmo que aconselha à paz. O santo que se venera é o mesmo que se expõe para minimizar o efeito bíblico do olho por olho, dente por dente....
Senhores da guerra, se querem guerra é bom lembrar da magia da oração de São Francisco:
-...é dando que se recebe!
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
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