A VIDA! A MORTE!

Percorri como advogado criminalista praticamente o nordeste inteiro. No exercício do contraditório e da ampla defesa legal (dos outros), perdi as contas de quantos júris participei.

No início de minha modesta carreira profissional, dediquei-me praticamente a casos de homicídio, por ter sido estagiário durante bom tempo, na primeira vara do júri, em Fortaleza.

A primeira vez que militei no júri, foi em 1991, tendo como promotor-acusador o professor Marcos de Holanda; juiz-presidente Darival Bezerra Primo, com a orientação de Antonio Vieira de Almeida, o Dr. Almeidinha, como carinhosamente tratávamos.

O cliente era Pedro Cosmo Taveira, que havia ceifado a vida da pessoa com alcunha “Cachorro Doido”, fato este que ganhou as manchetes de TVs e jornais, dado a repercussão, à época, do evento criminoso.

Mesmo diante de trabalho empolgante, que é o patrocínio de uma boa atuação no plenário popular do júri, como nos ensina o mestre Evandro Lins e Silva, em seu festejado livro “A Defesa Tem a Palavra”, jamais fiz apologia à violência, a morte de semelhante.

Numa linguagem forense e respeitosa, o “palco” daquele tribunal, aonde “o povo” é que julga realmente, nunca utilizei de forma circense, teatrólogo, como muitos.

Pois bem, fazendo este preâmbulo simples, recebemos a notícia ontem (21\12), que nosso amigo e colaborador EVANDRO GONÇALVES, o “Gaída”, teria sido assassinado, sem uma versão lógica, por ADAIL BEZERRA, seu vizinho na Vila Pedregal, próximo ao nosso sítio em Icó (CE).

Gaída nos servia com maior alegria.

Puro e simples, sua morte incomodou a todos quantos residem naquela comunidade. O Ronda do Quarteirão, que é um sucesso profissional em Icó, prendeu o meliante a 45 (quarenta e cinco) minutos dele ter roubado a vida de Gaída.

Finalmente, não desejo fazer maiores comentários.

Que Deus conforte a família e, também, os nossos corações para encontrar a pacificação deste momento de saudades e de dor.