quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Icó celebra Senhor do Bonfim com fé e emoção.

No novenário, número de fiéis dobrou em relação ao ano passado
Com fé e emoção, católicos da cidade de Icó, distante 360 km de Fortaleza, localizada na região Centro Sul, celebram até o próximo dia 6 de janeiro, a Festa do Senhor do Bonfim (Jesus Crucificado). É uma das festividades religiosas mais antigas do Ceará, iniciada há 262 anos, quando a imagem do santo, esculpida em madeira, vinda de Portugal, chegou ao município. No próximo sábado, dia 31, termina o novenário, e  no domingo, dia 1º de janeiro, a partir das 17 horas, haverá a tradicional procissão, com o andor do santo, que deve reunir cerca de 20 mil fiéis no centro histórico.   



Os devotos se espalham do santuário até o Teatro da Ribeira dos Icós, cantam e rezam em louvor a Jesus Cristo Crucificado. A cada ano, a tradição é mantida com fervor e devoção. “A festa está mais organizada”, disse a missionária, Maria do Socorro Alexandre. 

“É uma das maiores celebrações religiosas do Ceará”, observou o promotor de Justiça, Leydomar Pereira, que participa de todas as novenas.


Neste ano, o tema do novenário é ‘Perdoados e amados pelo Senhor do Bonfim’. As novenas têm celebração campal, ao lado do santuário, no Largo do Thebérge, centro histórico da cidade. O número de fiéis dobrou em relação ao ano passado, segundo os organizadores da festa religiosa. O motivo é a presença de três frades carmelitas desde fevereiro passado, que motivam os devotos, fazem peregrinação nos bairros e nas comunidades rurais.

 DEVOÇÃO.
A devoção ao Senhor do Bonfim é tradicional no município. A participação dos devotos supera o número dos que comparecem à festa da padroeira de Icó, Nossa Senhora da Expectação, realizada no período de 9 a 18 de dezembro. Durante dez dias, os devotos homenageiam o santo. A demonstração de fé começa cedo. Diariamente às 4h30 da madrugada os fiéis realizam caminhadas para os bairros. À noite, celebram novenas, cujos pregadores são padres convidados da diocese de Iguatu.


Na quarta noite de novena, na segunda-feira, passada, o padre Anastácio Ferreira, falou sobre a importância da fé ser vivenciada na comunidade. “Deus Pai fez seu filho, Jesus, gente, que viveu em comunidade, que é o Senhor do Bonfim, a quem nós devemos seguir os seus ensinamentos ao longo de toda nossa vida”, frisou.

O frei Rogério Severino de Lima, pároco do Santuário do Senhor do Bonfim, após viver por quase oito anos em Moçambique, na África, chegou a Icó, em julho passado e organiza pela primeira vez a festa, ao lado de outros frades carmelitas. “É um momento de grande vivência religiosa, da experiência da fé desse povo, de uma tradição de quase três séculos”, observou. “É um momento de compromisso, de confraternização na comunidade católica da região”.
No dia 1º, haverá celebração de missa solene de encerramento do novenário às 9 horas, presidida pelo bispo da diocese de Iguatu, dom João Costa, e a partir das 5 horas da tarde começa a procissão com a condução do andor do santo pelas ruas da cidade. Muitos fiéis pagam promessas caminhando descalços e com pedras na cabeça. É o momento de maior concentração de católicos, cerca de 20 mil. “A minha expectativa é enorme para esse momento, que é de bênção para o ano que se inicia”, disse frei Rogério Lima.
A caminhada é encerrada com a queima de fogos e de bombas por cerca de cinco minutos. Provoca um barulho imenso, que atrai pagadores de promessas e devotos que se posicionam para assistir ao espetáculo de explosões sucessivas no Largo do Thebérge. “A festa em louvor ao santo é a expressão da fé da comunidade local marcada por intensa devoção e esperança em dias melhores”, disse o bispo, dom João Costa, da diocese de Iguatu.
(Por Honório Barbosa - jornalista.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.