Foi na Ribeira...

O belo Teatro da Ribeira dos Icós, fincado no Largo do Theberge em Icó (CE), datado de 1860, é referência histórica em todo o Brasil, além de maior ponto de visita de turistas de todos os recantos da federação em nossa urbe.

Recentemente, ele se enfeitou todo (e nós também), para receber o dramaturgo, romancista e poeta brasileiro, Ariano Suassuna.

Uma maravilha!    

Pois bem, este mesmo teatro extraordinário, no passado, quase não era inaugurado por falta de pessoas presentes ao evento, pois, narra a história, que a “elite” icoense, ficava nas frestas das residências, para daí, observar quem chegava e qual era suas vestimentas.

Foi fato e virou história em vários livros de escritores cearenses.

Depois, com a passagem dos anos, veio outro fato histórico que chamava a atenção. Na tricentenária Igreja do Senhor do Bonfim, a “primeira fila” era “reservada” a elite política de então. 

Ninguém podia sentar! Somente eles, os ricos.

Padre Antonio Vieira, polêmico e gênio, acabou com aquela cafonice e na casa de Deus (e deveria ser regra), todos deviam e devem ser tratados de igual maneira.

Feito este preâmbulo, registro com pesar, agora no presente, pois, ocorreu ontem, quando houve um grande espetáculo de arte no Teatro da Ribeira dos Icós.

Por lá, os amantes da boa cultura, da arte, da história e do verdadeiro espetáculo de talento, se fizeram presentes.

Mas, antes do início do espetáculo, pessoas que se diziam organizadores do evento, pediram para que vários jovens deixassem a primeira fila, “eis que reservadas a autoridades”, digamos a “elite”.

O professor Wellington Carneiro e o jovem Carlos Dias, filhos deste torrão, espernearam e denunciaram tamanha agressão, e pasme, estamos no ano de 2013!

Espero que o teatrólogo Angelim do Icó e o secretário de cultura do município, professor Márcio Greik, agentes públicos que merecem respeito pelo compromisso que eles detêm com nossa gente, procurem inteirar-se dos fatos, como libertários que são, para atitudes que nos envergonharam no passado, não sejam repetidas no presente.

Finalmente, a primeira fila reservada as possíveis autoridades, não foi preenchida. Sabem por quê? 

Eles não gostam de cultura e não foram ao espetáculo!