*Pierre Franklin Théberge (1811 - 1864).
Professor, médico e bacharel em letras franco-brasileiro, nascido em Marcé, França, que dedicou-se aos estudos de história, estudou as necessidades da então província do Ceará e ocupou-se das secas.
Formou-se em medicina da Universidade de Paris (1837), casou-se e partiu para o Nordeste do Brasil (1838), instalando-se em Recife, onde com a esposa pianista, abriu uma instituição de ensino de piano.
Depois de fundar a sociedade de Medicina de Pernambuco (1841) e passando pos dificuldades financeiras, mudou-se para o interior do Ceará e radicou-se (1845), finalmente, em Icó, um dos principais centros comerciais e de serviços do Estado.
A sua viagem para o Ceará, e particularmente para Icó, deu-se em razão das doenças transmissíveis que dizimava as populações, notadamente as urbanas, por causa das precárias situações higiênicas e sanitárias nas cidades.
Enquanto dedicava-se ao atendimento dos habitantes da imensa região, estudava e escrevia, inclusive viajando para diversas localidades estudando os arquivos de cartórios e igrejas, tornando-se assim, um importante historiador do Ceará do século XX.
Muito querido pelo povo do Icó, e afeiçoado à cultura em geral, teve a ideia da construção do primeiro teatro da cidade, inaugurado (1860) e que viria a se chamar posteriormente de *Teatro da Ribeira dos Icós*.
A histórica casa de espetáculos, construída com a ajuda do seu filho Henrique, também foi o primeiro teatro construído no Ceará e hoje, tombado pelo IPHAN (1997), representa um dos principais monumentos da sede do município e do Estado do Ceará.
Sua grande atuação como médico deu-se durante a epidemia de cólera-morbus que chegou ao Ceará (1862-1864) como uma doença mortal e com foco inicial justamente começando por Icó e demais municípios vizinhos.
Conta-se que o seu teatro foi transformado em um hospital para atendimento do grande número de infectados pela bactéria e que o outro médico da cidade, Rufino Alencar, também foi acometido da doença, mas sobreviveu.
Em seu catálogo de obras destacaram-se Carta cartográfica da província do Ceará (1861), Observações do Dr. Pedro Theberge (1862) e o póstumo e muito importante Esboço histórico sobre a província do Ceará (1869), publicado por seu filho Henrique Theberge (1838-1905), além de várias memórias sobre as secas do Ceará.
Casado com a pianista professora Maria Elisa Soulé Théberg e pai de um importante arquiteto Henrique Théberge, morreu em Icó, cidade que permaneceu seus últimos 18 anos dos seus apenas 53 de vida. Costumava dizer que era francês de nascimento, porém brasileiro de coração.
Oito anos depois (1872), seus restos mortais foram levados para a Igreja Senhor do Bonfim a pedido de seu filho Henrique e seu amigo Simplício Montezuma.
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