Pouca gente sabe, todavia, o sobrado que era conhecido como Sobrado do Marrocos, construção do século XIX, onde existem um dos dois únicos mirantes do Icó e é hoje designado de “Casa Paroquial”, localizado na rua Dr. Inácio Dias, foi doado à Igreja, por volta de 1900 por José Joaquim Teles Marrocos. Personagem importantíssimo no chamado "Milagre em Joazeiro", aliás uma peça chave na propagação daqueles acontecimentos que tiveram início a partir de março de 1889 e que mudaram a história do sul do Ceará.
Essa doação feita a Nossa Senhora da Expectação, em testamento público, arquivado no Cartório do 2º Ofício de Icó, constam cláusulas de sua perpétua inalienabilidade, sob pena da maldição de caírem as praga dos apocalipse a quem o fizer a venda do dito bem. Cláusula essa que permanece plenamente em vigor até os dias atuais.
José Joaquim Teles Marrocos, nascido no Crato em 26 de novembro de 1842 e falecido em Juazeiro do Norte em 14 de agosto de 1910, foi uma das personalidades mais célebres no caso do Milagre em Juazeiro, durante uma missa em 6 de março de 1889, quando o Padre Cícero deu a comunhão a Maria de Araújo.
Nesse episódio estão historicamente arrolados, em conjunto com o Padre Cícero e dois outros icoenses: os Monsenhores Francisco Rodrigues Monteiro Monteiro e Francisco Ferreira Anthero (01.05.1855). José Marrocos foi seminarista no Seminário da Praínha, em Fortaleza, entidade criada por dom Luiz Antonio dos Santos, em 1864, para a formação rígida do clero do Ceará, porém o seminisrista Marrocos foi expulso do Seminário.
“Magia negra, divergência com superiores e recusa à comunhão estão entre os possíveis motivos da expulsão de José Marrocos do Seminário. Após literalmente revirar o lixo do Seminário, a pesquisadora Luitgar de Oliveira tem sólidos motivos para uma outra hipótese. “Achei um livro de registro escrito pelo reitor do Seminário que diz que José Marrocos foi convidado a se afastar por ser filho de um padre com uma negra escrava. O documento estava no sótão da instituição, onde estava todo material velho que o caminhão de lixo não recolheu”.
Aquele sobrado pertencera a seu pai o Padre João.
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