Nos anos áureos do Teatro da Ribeira dos Icós, localizado no
Largo do Théberge, eram rodados os filmes de épocas. Uma semana inteira reprisava
o mesmo filme. Em cartaz: SANSÃO E
DALILA.
Cizota Tavares, como "Agente
da Lei", tinha o direito de assistir aos filmes todos os dias, sem nem
um custo, coisa peculiar ao seu cotidiano. Até porque não gostava muito de
gastar com nada. Todos sabiam disso em Icó.
Então resolveu assistir o filme “Sansão e Dalila” logo no primeiro dia. No segundo dia, era o primeiro da fila novamente. E assim
ocorreu durante a semana em curso.
Até ai tudo bem!
O filme inicia! O silêncio no
interior do secular teatro permanecia, até que nos momentos finais, quando
Dalila oferece o cálice com vinho e sonífero para que Sansão adormeça e ela
possa cortar os seus cabelos, uma voz rouca e em som ensurdecedor faz a platéia
se esquecer da tela e voltar para um pequeno homem, que de pé na cadeira - era
Cizota - tentava avisar Sansão da armadilha em que estava preste a cair.
Então bradou apontando para a
tela: "BEBA NÃO QUE TEM
VENENO".
(Por Damião Diniz).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.