Até pouco tempo os maiores temas de discussão do país nos conduziam à saúde
e a educação. Saúde pelo direito inalienável a vida, logicamente; educação para formar a
criança, o jovem, a ser o futuro da nação. Eis o discurso, à época, como regra!
O grande brasileiro Darcy Ribeiro, educador e político, se notabilizou
fundamentalmente por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia.
Certa feita,
em um debate, disse: "Se os governantes não construírem
escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios".
Surgiu o
FUNDEB. Escolas foram construídas em todos os quadrantes do Brasil, mas de fato,
hoje falta-nos dinheiro para construir presídios.
Há poucos
anos, em Fortaleza, tínhamos os presídios Olavo Oliveira; Paulo Sarasate e somente
UM às mulheres. Hoje, a população carcerária cresceu tanto, que não se tem como
contar as inúmeras CPPL - Casa de Privação Provisória de Liberdade, aos
arredores da capital cearense, afora nos municípios do estado.
Como
advogado militante, podíamos por força da legislação federal que rege a nossa categoria,
adentrar nos presídios facilmente - da porta a cozinha, para falar com o
cliente e buscar sua assinatura em uma procuração ad-judícia.
E os presos.
Quem eram? Simples mortais que feriam o ordenamento jurídico penal em uma lesão
corporal; ameaça; homicídio motivado por bebida alcoólica; uma desordem de um transeunte
qualquer; uma briga de vizinho; um desacato; questões por propriedades ou
posses rurais, mais ou menos por aí.
Preso por
droga? Nem o primeiro para contar o segundo.
Atualmente,
o velho Código Penal pátrio é passeado, visitado, utilizado por tantos na
prática de ponta a ponta, que não se tem mais como analisar no jargão social e
policial, o perfil adequado a cada um. Nem pelo tipo penal isolado, como
dantes.
Estas
últimas mortes em Icó, pasme, bem reflete isso! Dois mortos em enfrentamento
com a polícia militar, por coincidência eram filhos de dois compadres meus. Pessoas
simples do povo, que viviam modestamente. Daí somem de seus sagrados lares, e
retornam tempos depois embalados em caixões após atividades ilícitas dolosas que abalam as
famílias, os pais, a sociedade como um todo.
Finalmente, em tempos
difíceis, construir a PAZ é o melhor projeto a buscarmos como responsabilidade
e cidadania para TODOS.
O que vale
mesmo é a luta das ideias!
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
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