Educar demora, mas é o caminho!
Um dia, numa viagem de trabalho, o querido jornalista Nelson Faheina ficou assustado com uma “banca” de jornais em Viena. Era um plástico transparente, preso a um poste com os jornais dentro. Algum dinheiro dentro, além dos periódicos. Como é isso, perguntou Faheina?
- Simples, respondi. Você tira o jornal, põe o dinheiro e se necessário faz seu troco. "E isso dá certo?", indagou Faheina. Claro, respondi.
As pessoas precisam de notícia pra saber o que ocorre no mundo, na cidade dele. Se levar o jornal sem deixar o dinheiro, não só será ladrão, como estará contribuindo para que o jornal feche e todos fiquem sem notícias. Mais adiante, em Zurich, comprei nossas passagens no bonde numa máquina, dessas que dá o bilhete e o troco do dindim posto lá para o destino programado. No final da viagem, sem ninguém à volta, nosso Faheina voltou a ficar intrigado; E cadê o cobrador? O que eu faço com o bilhete? Nada, respondi.
Simplesmente guarda de lembrança. E o cobrador? Não tem, Faheina. As pessoas pagam a passagem porque precisam o transporte público de qualidade. Se uma peça quebrar, uma cadeira for rasgada por algum imbecil tem que ter dinheiro para arrumar. Tem que ter dinheiro pra pagar a energia elétrica do bonde, tem que ter dinheiro pro cumprimento exato dos horários em cima de minutos, expliquei.
Então, se o cara não pagar a passagem corre o risco de um dia não ter o bonde sobre os trilhos e todos ficarem sem a mobilidade.
Inteligente, Faheina, entendeu como entendeu que quando o sinal é fechado pro pedestre, mesmo que não venha nenhum veículo pela via, é pra esperar que seja liberado o sinal verde para sua passagem. É um processo longo de educação, mas foi e é eficaz.
Aqui no Ceará, o então prefeito Agenor Neto de Iguatu, mandou plantar um tipo de flor ao longo da estrada de ferro que corta a cidade. Na primeira semana levaram tudo. Mandou replantar. Levaram a metade. Mandou replantar, deixaram 90%. Mandou replantar. Nunca mais precisou.
O povo entendeu que aquilo era pro bem de todos e para o embelezamento e bem estar da cidade.
Conto isso pra fazer só uma pergunta: E se a gente educar o povo de Fortaleza a passar na velocidade certa pelos túneis da Washington Soares ao invés de impor 40km como velocidade sob pena de multa?
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