quarta-feira, 7 de julho de 2021

Clandestinamente!



Getúlio Oliveira, antes de ser advogado e poeta festejado, sempre foi um jovem elegante, pacificador, muito inteligente e perspicaz, além de geneticamente no passado longe ter puxado ao seu genitor, o poeta e imortal Zé de Oliveira no quesito namorador.

Certa feita, após uma longa noite de eventos em Icó - tertúlias de final de semana -, ele e o seu amigo Zé Bezerra resolveram amanhecer no centro comercial da cidade.

Ainda enxarcados pelas bebidas, foram tomar um caldo em Diassis Brasil, figura muito querida dos sóis cotidianos de nossa terra.

O efeito inverso animou ainda mais os nossos brincantes.

O Terminal Rodoviário de Icó, há três décadas e meia ou mais que isso, funcionava na Avenida Nogueira Acioly, onde hoje está o tradicional Galego da Lanchonete, bem em frente à Caixa Econômica Federal.

Dona Rosinha, de saudosa memória, organizava naquele espaço os ônibus locais e e intermunicipais.

Do Icó à Fortaleza, de São Paulo ao Cariri, enfim, o bilhete, a passagem e o seu destino por ônibus, era Rosinha que organizava tudo.

E assim aconteceu!

Os amigos viajaram...Sem antes avisar aos seus familiares.

Getúlio e Zé Bezerra embarcaram pra Juazeiro. Bem animados pela cervejada misturada com o uísque da época, um tal de Natu Lobilis e, já perto do município de Barbalha, o cobrador acordou um dos viajantes:

- "O Senhor vai pra onde, afinal?".

Zé Bezerra respondeu o que lhe veio à cabeça:

- "Estou aqui como um clandestino e não sei onde é o destino; e pouco me interessa. Pergunte ao Getúlio, o que ele responder, aceito sem qualquer cerimônia".

Getúlio e Zé Bezerra, até os dias atuais, são grandes amigos, compadres e guardam décadas de histórias boas pra contar!

(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).

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