sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AMIGOS QUE SILENCIARAM NO CARNAVAL.

Ontem, dia 11 de fevereiro, era data de aniversário de falecimento de Denys Pinto Amâncio e Francisco de Assis Tavares.

Os icoenses foram surpreendidos, quando há um ano nosso mestre Jesus de Nazaré, solicitava o retorno de Denys à casa do pai celestial. Jovem, simpático, solícito a todos, homem de família, em pleno desenvolvimento funcional, silenciou em sua própria residência, quando do sono merecido do meio dia, após intensa labuta profissional.

Faleceu em paz, embora sem nos preparar para a sua viagem, deixando um vazio enorme.

Clinicamente, anunciaram uma parada cardíaca, logo para ele, um desportista saudável, um bom vivant de sorriso largo.

EM 1986.

O ano era 1986. Vinte e três anos do falecimento de Francisco de Assis Tavares, simplesmente Assis.

Era finalzinho de tarde em Icó, Assis presidia o Cabana Clube local. Organizava o carnaval, pois feliz estava porque tudo percorria muito bem.

Quando se prepara para encerrar o carnaval da tarde, dedicado mais as crianças, e solicitava gentilmente que a todos saíssem para limpeza do período noturno, foi barbaramente assassinado pelo elemento conhecido por Zezinho, que se apresentava à época, como comerciante.

Zezinho fugiu da polícia. Nunca mais apareceu. Continua impune.

O povo icoense saiu às ruas, fez protesto, ao ponto do então governador Gonzaga Mota, haja vista o clamor aqui instalado, ter conduzido pessoalmente, junto à polícia, trabalho para prender o facínora.

O Icó chorou por inteiro, não somente por perder uma vida, mas por enxergar naquele ato nefasto, um preconceito contra Assis, que era de origem simples e negro.

Desde aquele ano, nunca mais teve carnaval de verdade em Icó.

Resta-nos a lembrança, a saudade de quem não pôde ficar, mesmo sem pedir para partir.

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