Assisti ontem, no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, a discussão das câmaras criminais reunidas, pasme, que fez retornar o prefeito afastado de Nova Russas, novamente, a prisão.
É certo que a população de há muito deseja que a justiça seja igualitária para todos, como define seus princípios e a constituição pátria, porém, entendo que o desequilibro não vem de forças ocultas, mas, tão-somente, da condição financeira de alguns que podem espernear em todos os níveis, até o exarar final em Brasília.
Assim, ela acaba sendo cara. Levando a crer que só humildes devem permanecer preso e ter contra si o peso de suas reprimendas.
Não questiono aqui neste canto de página, a inocência ou não dos atos de Marcos Alberto, alcaide de Nova Russas.
Mas, as provas contra sua pessoa, para que este fosse recambiado à masmorra alencarina, dá-se pela formação de “quatro boletins de ocorrências”
Como se sabe, um Boletim de Ocorrência, o conhecido B.O, é apenas um ato “unilateral”. Escreve-se nele o que se deseja, sem contraditório e ampla defesa.
Ademais, para o maior absurdo, os famosos b.o’s foram confeccionados pelo Vice-Prefeito, parte interessada na prisão do prefeito e na assunção ao seu cargo.
Mas isso todos os desembargadores sabem. Porém, como a opinião pública é que julga, esqueceram-se todos esses parâmetros e Marcos Alberto, para o deleite dos justiceiros de esquina, ei-lo preso novamente.
Como operador do direito, longe dessas rápidas paixões, fiquei tremendo na confortável cadeira do TJ, ao observar com os olhos impassíveis, a “nossa constituição, as nossas leis como um todo, serem jogadas na lata do lixo”, para satisfação dos leigos e ou partes interessadas.
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