Valdir Batista, nosso
simpático Didi, chegou ao Icó (CE) pelas mãos do festejado empresário Antonio
Sobreira que, à época, era proprietário da maior empresa de venda de cervejas
do município e região, a “Antárctica”, nos meados dos anos 80.
Valdir Batista era um de
seus principais vendedores de bebida. Percorria todo o Vale do Salgado e parte
do Vale do Jaguaribe.
Sobreira era rígido e prestava
contas, semanalmente, com seus funcionários, principalmente com Valdir, que vez
por outra, as operações matemáticas não fechavam de forma científica, como são
todas as contas – débitos e créditos.
Pois bem, Valdir Batista, competente vendedor, vendeu
20 (vinte) grades de cerveja(s) e mais 20 (vinte) de refrigerantes, ao Senhor
Chico Diogénes, que tinha um irreverente barzinho na rua da famosa lanchonete
Paulista, centro do Icó.
O dono do bar, como de
praxe, assinou uma promissória do débito (compra). Até aí tudo bem e dentro do ritual
já pré-estabelecido pela Antárctica.
Ocorre que, após vários meses da venda e
nada do pagamento, Antonio Sobreira mandou Valdir ir cobrar o homem. E ele, obediente, foi!
Chegando ao endereço para cobrança,
com as promissórias nas mãos, Valdir encontrou o dono do bar com um revolver, calibre 38, em
punho, mandando que um funcionário da COELCE icoense, que estava cortando sua “luz” por falta de pagamento,
descesse do poste sobre pena de maiores conseqüências.
Com medo de morrer, o eletricitário desceu,
realmente, e saiu bem ligeiro daquele local.
Após o susto, Chico Diógenes
virou-se rápido a Valdir, ainda armado, e foi logo perguntando: “e você o que deseja?”.
Valdir Batista, nem gaguejou, quanto a resposta: “Vim só lhe
dizer que seu Antonio Sobreira sabendo de sua péssima situação financeira atual, mandou
que eu rasgasse suas promissórias e também (lhe) informasse que o seu crédito continua
aberto totalmente na Antárctica”.
O devedor, feliz, agradeceu a generosidade. E
Valdir, com medo, nunca mais apareceu naquele barzinho situado no coração de
Icó.
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