Aí as pessoinhas do Enem resolveram mudar o tom da conversa. Alegando o perigo da presença dos comunistas comedores de criancinhas a cada rebolo de provas pra cidadão entrar nas escolas superiores, disseram que tinham que tirar do concurso qualquer sintoma de ideologia, quer dizer, que não seja a deles.
Pois bem; inventaram um mote de redação pra pegar incautos, pesquisar ideologias, testar criatividade, ensaiar democracia como se democracia fosse só, somente só, aquilo que eles pensam que é democracia.
Espia o título, mote da redação do Enem:
- “Democratização do Acesso ao Cinema no Brasil”.
Peraí; tão querendo o quê? Que cinema, enquanto casa de exibição é um lugar que precisa de democracia? Já é, desde que você possa pagar o bilhete. Tão querendo que o cidadão diga que o cinema brasileiro está sendo perseguido pelo novo governo, enquanto corta verbas e exige, ou tenta impingir sua própria pauta?
Tão querendo ouvir do vestibulando suas posições ideológicas? Afinal de contas, o que o Enem quer? Fazer pesquisa de mercado, do mercado ideológico com o povo brasileiro?
Com mais de cinco milhões de gente jovem à cata de um lugar na universidade?
Você pode também, se for mais ousado, discutir o cinema enquanto canto escuro pra dar uns amassos nas meninas, ou homossexuais caqueando os meninos. O cinema com sua democratização pode ser vista por tudo quanto é ângulo que se possa imaginar, inclusive, subir no poleiro mais alto e lá de cima, só de sacanagem, mijar na cabeça da turma que resolveu ficar embaixo.
Se era isso, taí....
Se não era, deve ser uma grande armação saída da cabeça meio doentia do sistema que insiste em se instalar em nome da democracia.
E brá, brá, brá...!
(Por Fabrício Moreira da Costa, Advogado e Contista).
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