terça-feira, 20 de abril de 2010

POLÍTICA PERVERSA...


Entrei na vida pública em 1992, então candidato a vereador pelo PDT, com apenas 21 anos de idade e cheios de sonhos.

Daquele tempo até os dias atuais, tenho a consciência de que me doei muito mais que recebi. Aliás, ganhei apenas muitos amigos e outros tantos desafetos, por defender aquilo que acho correto, mesmo que seja apenas no meu juízo e\ou ideologia.

Vereador, vice-prefeito em duas oportunidades, com passagens efêmeras, mas marcantes, em algumas secretarias municipais, entendo que as coisas podem acontecer quando se tem boa vontade.

Nunca fiz da política um comércio, como muitos, nem menos tirei proveito algum pessoal e profissional. Gostando do meu comportamento pessoal, político ou não, o Icó sabe disto.

Meu pai Aristóteles Costa, que ao lado dos “meus”, me viram formar advogado, ainda em 1993, deve tremer ao lado do mestre Jesus, já que ele se despediu da vida terrena em 1995, quando tive que “vender” a minha “sala de advocacia” em Fortaleza, para pagar dívidas de campanha.

Como dói. Deixei até de passar defronte a avenida que dá acesso àquele local sagrado, que resta memórias e entusiasmo, para antes de ser político, ter uma profissão digna e verdadeira.

Por teimosia, paixão e vocação, ainda participo da política partidária, embora meus irmãos, mãe, esposa e filhos, bem como alguns amigos sensatos, me vejam mais feliz desempenhando com talento o que faço, também, com amor e sem modéstia, a arte de advogar, no exercício destemido do contraditório e da ampla defesa, inclusive na busca dos direitos meus e dos outros.

O tempo passa...

Em nossa simpática Icó, sem carimbar ninguém, temos um verdadeiro muro de BERLIM, que na Alemanha dividiu famílias, amigos, durante a guerra fria.

Aqui o muro de Berlim continua em pé. Esta análise percorre não só a política, que se une por interesse, mas a divisão persiste no mundo dos comuns.

Somos proibidos a ter amigos que não votam em A ou B, como se Neto Nunes e Jaime Júnior, os dois nomes mais fluentes da política icoense do momento, tivessem que permitir aonde somos obrigados a permanecer, tomar alguns goles de cerveja, participar de aniversários, ou bater papo descontraído, com os divergentes e “não eleitores”.

Desta política perversa e tola, este missivista não participa mais doravante. Mesmo com a disposição de continuar na oposição, por decisão pessoal, jamais deixarei de ter amigos comuns, do cotidiano e dos sóis do Icó, por questões pequenas e por interesses mesquinhos de alguns, onde a briga é o ódio, são mais interessantes.

Ademais, não sou candidato a nada. O que faço, o que exerço, é por Icó e por melhores condições de vida para minha família, pois aqui resido, e para o povo, que em muitas vezes, me virou as costas e pouco reconhece o que faço (alguns), mesmo correndo perigo por atitudes corajosas e sem meias palavras.

Neste final de semana, por convite do Deputado Domingos Filho, meu primo legítimo e padrinho, casado também com minha prima legítima Patrícia Aguiar, linda por dentro e por fora, com quem morei vários anos em Fortaleza, entusiasta para que eu fosse advogado e bom político, estive em Várzea Alegre, encontro do velho PMDB de guerra.

Por lá, encontrei dezenas de amigos do Icó, hoje ligados politicamente aos Nunes, pessoas que no passado não muito longe, votaram em mim para prefeito e, diga-se de passagem, sou muito grato.

Fui tratado como amigo, com elegância, distante de qualquer sentimento político partidário, bem como longe de qualquer rancor e ódio.

Até porque, aquele sempre foi o meu povo. Da política, da vida pessoal, das dores e alegrias.

Os tempos são outros. É verdade! Porém, os sentimentos de amizade se afloram quando se encontram, nos levando a crer que muitas atitudes, por mais benéficas e formadas de boa vontade, devem ser analisadas com mais sensibilidade, paciência e na certeza, que tudo passa...só não a história.

O prefeito Marcos Nunes, que estava com sua comitiva em mesmo ambiente, se mostrou sem ódio, sem mágoa, quando cumprimentou a todos os presentes, distante de cores partidárias, inclusive a mim.

Não houve conversa alguma sobre política, sobre votos, nem muito qualquer chamamento para convergir no mesmo barco vermelho e amarelo, que são as cores fortes do PMDB.

Soube hoje, não conferi se verdadeiro, que o atual Secretário de Saúde do Icó, Daniel Peixoto, que possivelmente estava no mesmo ambiente, com ciúmes teria indo embora. Ora bolas! Que bobagem Daniel, fui do tempo, junto com os Nunes, que ainda procurávamos merenda escolar escondida em caixa dagua.

Igualmente, pela situação de caos da saúde pública em ICÓ, bem demonstra o tamanho da cabeça e do trabalho desenvolvido por Daniel, que até pouco tempo passava mal quando falava em Nunes, inclusive um dia queria cassar o mandato de Cardoso Mota. Mas tudo bem, ganhou um emprego, esqueceu de tudo.

Este é o Icó, aonde sou proibido de falar com amigos que construímos histórias juntos, mas que hoje inimigos do passado se abraçam e se festejam no presente, sem nenhuma cerimônia.

O que vale mesmo é que tudo passa.

Continuo o mesmo em termos de posições, porém, não deixarei de cumprimentar pessoas, nem fazer de contas que elas não existem.

Afinal, sou apenas FABRÍCIO MOREIRA DA COSTA, santo só Jesus de Nazaré.

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