sexta-feira, 16 de setembro de 2011

PADRE ANTONIO VIEIRA.

Padre, político, advogado e escritor de primeira, Antonio Vieira fez história em Icó, máxime na federação pátria.

Inquieto, de discursos violentos, mas com inteligência extraordinária que preenchia qualquer ambiente.

Foi-se do Icó, à época, mas nunca esqueceu a nossa gente. Também, registre-se, o nosso povo sempre o referenciou; participamos dos lançamentos de vários de seus livros. O calçadão do Teatro da Ribeira dos Icós cedeu espaço para o lançamento de um de seus livros.

Lembro-me até hoje. Não esqueço, também, que ao final do evento cultural, bebericamos algumas doses de uísque, até mesmo em demasia.

Padre Antonio Vieira era assim, uma espécie de gênio, atrevido, suave em algumas vezes, e não deixava passar em branco um só momento.

Para minha felicidade, já na condição de Vice-Prefeito do Icó, fui designado pelos colegas vereadores, para fazer a saudação oficial, quando da entrega do título de cidadão icoense ao Padre Antonio Vieira.

Confesso, que fiquei arrepiado, pois, qualquer palavra fora do contexto histórico, local, etc, sofreria uma resposta com todas as suas forças.

O evento foi um sucesso! A fala do Padre, como sempre, cheia de surpresas. Narrou fatos dantes desconhecidos, esclarecendo até, que vinha um hospital público de grandes proporções para o Icó e, que este, foi desviado por disputas políticas. Não é a toa que o nosso povo sofre até os dias atuais, sobre vários aspectos. Como se observa, as DIVERGÊNCIAS dividiam pessoas, o que é natural na vida pública, mas, não somavam nunca na hora dos resultados positivos que se esperava.

Umas das passagens, manifestou o padre: “me desculpem todos vocês aqui ouvindo este velho em fim de vida. Mas alguns políticos são iguais a palhaços, tudo com dois “P” iniciais. Ocorre, que o palhaço faz o povo rir, mas não rir do povo; enquanto alguns homens públicos, passam o tempo todo rindo do sofrimento alheio”.

Inteligente, já que a platéia era praticamente lotada de homens públicos, ele emendou: “Mas prefiro acreditar que vocês atendem o ensinamento de Aristóteles, que um dia pontificou: POLÍTICO (E POLÍTICA) BOM FAZ DO SEU TRABALHO A ARTE DE BEM ADMINISTRAR”.

Assim era o Padre Antonio Vieira, falando no improviso, como palavras que são desígnios de Deus.

Chegou a ser Deputado Federal, porém, cassado pela ditadura militar.

Aí é outra história que contaremos depois.

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