J. CIRO SARAIVA |
O jornalista J. Ciro Saraiva, lançou na última sexta-feira, 16, na Assembléia Legislativa do Ceará, o livro “Depois dos Coronéis”.
O livro faz parte de uma “trilogia” que analisa e relembra episódios de três períodos da história política do Ceará: antes dos governos dos coronéis Virgílio Távora, Adauto Bezerra e César Cals; durante o governo e, no último livro, o período após os governos.
Um capítulo chamou mais atenção: “o rompimento do governador Tasso Jereissati com o amigo, compadre e irmão, Sérgio Machado”, além de eventos de bastidores que o Ceará apenas comentava, em seu jargão partidário, mas não se sabia, na verdade, que tinha de fato existido.
Em 1986, Tasso Jereissati, então com 38 anos, aceitou o desafio de liderar um projeto que ficou denominado, à época, de “Mudanças no Ceará”, pelo PMDB de Mauro Benevides, Paes de Andrade, Juraci Magalhães e Gonzaga Mota.
Lembro, que sua primeira aparição em Icó (CE), naquele mesmo ano, ainda com resultados pífios nas pesquisas de opinião pública, na disputa que se fazia com o coronel Adauto Bezerra, se fez com poucas pompas.
Em comício realizado em nosso festejado Largo do Theberge, sítio histórico icoense, para um público razoável, lembrou seu pai, Senador Carlos Jereissati e, o desejo de mudar o Ceará com projetos audaciosos e modernos, respeitando o cidadão.
Após o comício, às 23h, a pedido do então prefeito Aldo Monteiro, in memorian, acolhemos a sua comitiva na Nova Itabira, nosso tugúrio campal; registre-se com apenas três pessoas: Tasso, Sérgio Machado e Kerginaldo Lucena, que os acompanhava.
Nenhum grupo de políticos, assessores, jornalistas, fotógrafos, etc, se fez presente; com pouca densidade eleitoral, nos primeiros momentos de campanha, ninguém encostava.
Sérgio Machado, até então apenas empresário, observei e constatei pessoalmente naquele momento, que era uma espécie de “faz tudo" do Tasso. E diga-se, por justiça, fazia bem feito. Da agenda de compromissos, as ações e decisões mais significativas.
E o resultado não foi outro: confirmou-se a vitória do Tasso (que muitos não acreditavam), ao primeiro governo, que se sucederam outros com imenso sucesso.
Após quase 3 (três) décadas, o livro do J. Ciro Saraiva, que deve ser leitura obrigatória, relembra o rompimento desses irmãos que formaram história juntos no Ceará e na vida pessoal.
Finalmente, numa apertada síntese, nos chama a perguntar: será que valeu a pena?
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado).
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