O deputado Neto Nunes (PMDB) subiu
à tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, mais uma vez, para criticar as
agências financiadoras de créditos para agricultores do Estado e cobrar dessas
instituições a renegociação das dívidas de produtores rurais, e, se possível, o
perdão de tais débitos. Ele afirmou ainda que no próximo dia 4 de junho deve se
reunir com a bancada cearense, em Brasília, para defender os direitos dos
trabalhadores rurais.
O peemedebista salientou que,
atualmente, pelo menos 600 mil famílias, somente no Ceará, vivem do
agronegócio, e que a maioria depende dos incentivos do Governo para manter seus
negócios. Em todo o Nordeste, conforme informou, a dívida dos agricultores gira
em torno de R$ 5,5 bilhões, o que inviabiliza um pagamento imediato de tais
débitos.
"Já formatamos nossas propostas,
entramos em contato com o deputado federal Antonio Balhmann, que assegurou que
vai nos receber no dia 4 de junho, em Brasília. Peço o apoio dos colegas desta
Casa para acompanhar esta questão, porque não podemos ser omissos neste
momento", afirmou o parlamentar, que
estranhamente preferiu discutir o tema em Brasília, e não no Ceará com os
deputados federais do Estado.
O deputado Thiago Campelo (SDD) disse
que o Banco do Nordeste, em documento, destacou que a Lei que trata sobre as
medidas de estímulo à regularização de dívidas rural não traz qualquer regra
clara sobre o tema, afirmando também que o Banco do Brasil não está preparado
para fazer as negociações. "Eu acho esses argumentos muito superficiais e
sem sustentação, porque a maioria dos artigos da Lei é de interpretação
duvidosa", disse.
Abatimento.
Campelo ressaltou ainda que, de acordo
com a legislação em vigor, um agricultor que pegou emprestado R$ 10 mil, hoje
está com dívida em até R$ 50 mil, e tem direito de abatimento de até 80% e
parcelamento do restante. Outro ponto destacado por ele que está causando
revolta em parlamentares e agricultores é a cobrança de honorários
advocatícios. "Os honorários advocatícios devem ser excluídos, conforme a
Lei. Esta Casa tem que ter papel fundamental, apesar de sabermos que a Câmara
Federal é quem deveria ser a responsável por isso", disse.
O deputado João Jaime (DEM) ressaltou que os
agricultores vivem um drama ao serem ameaçados de perderem o único bem que têm
por conta das dívidas. O democrata lembrou que foram emprestados para países
africanos e para Cuba, cerca de R$ 150 milhões, que segundo ele, nunca irão
retornar para o País. Enquanto isso, a dívida total dos agricultores é de R$ 8
bilhões, e, com a renegociação daria um valor bem menor que poderia ser pago.
Leonardo Pinheiro (PSD) reforçou as falas e disse que o mais correto pelo Governo
Federal seria esquecer as dívidas dos agricultores.
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