Para que
o SUS funcione.
Organizar um sistema local de saúde é tarefa complexa. Em Tauá estamos
conseguindo garantir um sistema de boa qualidade, acreditado pela população
usuária do SUS que soma mais de 97% da população. São muitas ações em
funcionamento, dentre elas a “planificação
da saúde”, experiência focada no fortalecimento da Atenção Primária da
Saúde (APS), com ênfase na qualificação e padronização funcional dos serviços.
O projeto visa organizar os serviços tendo a APS como escopo dessa
estratégia, pois 80% dos problemas de saúde são resolvidos nesse nível de
assistência, segundo a OMS. Através dele estamos readequando o modelo
assistencial, organizando-o em rede de atenção à saúde. Trata-se de experiência
inovadora e ousada. Tauá é município piloto, com apoio da Sesa, Fiocruz, ESP e
Unifor. A meta é transformar a experiência em referência para o Estado e quiçá
para o Brasil.
São 530 profissionais da saúde primária em qualificação por
aproximadamente 15 meses para cumprir os 12 módulos do projeto. Os temas
trabalhados são: Redes de Atenção à Saúde; Atenção Primária à Saúde;
Territorialização; Organização dos Processos de Trabalho em Saúde; Vigilância
em Saúde; Organização da Atenção à Saúde nas Unidade Básica de Saúde; Abordagem
Familiar e Prontuário Familiar; Organização da Assistência Farmacêutica;
Sistema de Informação e Análise de Situação de Saúde; Sistemas de Apoio
Diagnóstico; Sistemas Logísticos e Monitoramento e a Contratualização das
Equipes da Atenção Primária a Saúde.
A metodologia dar-se-á por aulas presenciais e de campo. Os encontros
presenciais ocorrem em torno de 30 dias, monitorado por técnicos do Conass e
gerentes do sistema local de saúde e da Sesa. Para maior solidez dessa aposta
pensou-se em avaliar os legados desse projeto.
Para isto, a Unifor esta desenvolvendo pesquisa para avaliá-lo. A
pesquisa tem Foco na linha de cuidado materno infantil, no aspecto dos custos
financeiros e na organização dos serviços. Os dados coletados serão de
gestantes, puérperas e mães com crianças até dois anos, além de gestores das
mais variadas categorias. Apostamos no pioneirismo dessa ideia por conter
conteúdo e ousadia capazes de provocar verdadeira ressignificação na forma de fazer,
gerir e usar os serviços públicos de saúde.
O SUS precisa de uma infusão de substância para sair da inércia e da
aguda crise que esta submerso e a “planificação”
é a bula e o caminho para salvar esse sistema.
Por Patrícia
Aguiar.
Advogada
e Prefeita do Município de Tauá, Ceará.
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