terça-feira, 20 de abril de 2021

CIRO GOMES



O homem público é obrigado a ter posições firmes e definidas. Sejam equivocadas ou não, mas tem que assumi-las.

Em 1998, ainda bem moço, eu estava no segundo ano do nosso primeiro mandato como vice-prefeito de Icó. À época, iniciava salvo melhor juízo de memória, a campanha para a presidência da República.

O líder político, Ciro Gomes, que tinha sido Governador do Ceará bem avaliado, no passado não distante, tinha levado em sua gestão vários benefícios à Ribeira do Salgado dos Icós.

Pois bem, num final de semana, Ciro percorreu alguns municípios do Ceará com sua caravana e seus comícios. E esteve no Largo do Théberge - sítio histórico de Icó -, para discursar, já que não precisava se apresentar aos icoenses e, tão pouco, aos cearenses.

Para sua surpresa, embora relevante o seu encontro com o nosso povo, o evento não foi tão grande assim, como se esperava.

Os políticos locais e regionais, então seus amigos, não compareceram.

Com mandatos eletivos em curso, apenas eu e mais ninguém. Como vice-prefeito, à época, fiquei ouvindo-o no meio do povo.

Até aí tudo bem; porém, alguém soprou aos seus ouvidos e, de viva voz, me convidou para o seu palanque.

E fui...!

Mas ele não se conteve:

- "Obrigado, Fabrício, pelo voto, pela confiança e por ter vindo me prestigiar. Os demais políticos, não falo daqueles que nem me conhecem, estão achando que estou com papeira e vou contaminá-los".

Vida que segue...!

(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).

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