Fosse eu nascido em Sobral, sobrestaria hoje minha cidadania. Mas sou da Praça João Pessoa, um país independente dentro de Sobral, como o Vaticano na Itália.
Por toda a vida cultuo a Praça João Pessoa como um nicho de valores irretocáveis. Terra de homens sérios, de mulheres valorosas, de estudantes especiais, de comerciantes e empreendedores que orgulham o lugar e envaidecem os que conhecem a vida como um campo de luta pelo bem estar de todos. A Praça João Pessoa, até onde se sabe, não tem vergonha de seus filhos e/ou do comportamento de pelo menos um deles.
- Brigadeiro do ar, mestres gramáticos, empresários, políticos, dali saíram grandes nomes como o da vice-governadora do Ceará, Izolda Cela. Médicos, fazendeiros, artesãs da gastronomia de eventos, funcionários públicos. Uma casta, costumo dizer.
Então é orgulho ser nascido na Praça João Pessoa onde o saudoso e íntegro prefeito José Euclides Ferreira Gomes, foi consultar moradores mais velhos que ele sobre sua primeira candidatura a prefeito de Sobral. E Zé Euclides, querido e saudoso amigo nos representa até hoje.
Felizmente as mentes que saíram de lá pra ganhar o mundo ou ficaram pra preservar nossa identidade, sabem que teremos respeito infinito pelo direito do outro, pelo sucesso do outro, pela derrocada sócio-sexual do outro, que seus desejos invertidos devam ser tratados com democracia, paciência e generosidade.
Falo isso, lamentando que no País vizinho, Sobral, tenha assumido uma porção gay enquanto cidade. Desconheço cidade gay. Administradores, sim. Em São Francisco, nos EEUU existe a Castor Street, a rua do mundo gay.
Como Sobral diz que falam inglês como língua mãe, daria pra entender, se não fosse no cruzamento mais nobre da cidade, no Palácio do Bispo.
(Por Macário Batista, jornalista).
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