Liberdade, esperança, resiliência, fé, medo – e o “vazio” que o incerto traz -. É assim que os 283 anos de história nos recebem.
Não por nós, que celebramos a vida, mas pelo mundo que nos cerca de receios.
Um aniversário que nos faz lembrar cada vez mais dos que nos geraram, dos que emprenharam a terra, engravidaram os sonhos e nos fizeram crescer no ventre do amanhã.
E quantos amanhãs vivemos, vivenciamos, vivificamos. Ao longo de todos esses anos, desde que nos fizemos vila e cidade, vimos uma comunidade se alimentar de sua história, de seus valores mais íntimos, como um casario rico, uma conurbação entre sítios e ruas, praças e largos, unificar um povo nos serpenteios de seus becos, nos ensolarados telhados, nos ventilados sobrados, nas esquinas, nas curvas, nas câmeras, nas camarinhas onde muitos outros sonhos foram gerados no amor.
Aqui, em 283 anos, a vida ganhou horizontes. Em casa, no confinamento, dou por mim sem ser livre por causa desta pandemia. Tenho medo, assumindo um desejo de ver algo bom brotar do caos:
- Talvez agora as pessoas deem mais valor à liberdade!
São palavras que transbordam de sentimentos distantes, no tempo e no espaço. Espaço e tempo de devaneios em comemorações reprimidas no caos inesperado, no aprofundamento do silêncio que insiste em perguntar:
- 283 anos valeram a pena, sim, mas, e daqui por diante?
Onde amarrar o cavalo da vida se os muros da história nos assustam com suas sombras?
Icó, de gente valente, trabalhadora, que vai à luta com a coragem que esperanças e liberdades lhes oferecem; brinda o devaneio da fé e do medo, do vazio e do incerto.
O amanhã será de outros, mas seremos os mesmos amanhã?
Parabéns, minha cidade!
Parabéns
meu amor. Parabéns
, meus irmãos de sangue e de dor. Prevaleça na posteridade o espírito indomável que nos fez chegar aqui!(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
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