O conservadorismo é fator essencial para o desenvolvimento maduro de uma sociedade. Em última instância define que as mudanças não serão realizadas de forma súbita ou irrefletida. Significa que toda mudança será realizada de forma gradual, ponderada e debatida, preservando-se o princípio democrático como pilar essencial deste processo.
Longe de dogmas ou retóricas radicais, o conservadorismo se posiciona como a voz da razão e da ponderação diante das paixões políticas que cegam a sociedade. A polarização política levou o Brasil a adotar posições anticonservadoras. O messianismo que tomou conta da sociedade brasileira levou o país a modificar seus rumos de forma abrupta, realizando as mudanças de forma intempestiva, impulsionada por rompantes e também crenças radicais, flertando com a autocracia e posições antidemocráticas.
Nada mais longe do que significa ser conservador. Ao se apropriar do conservadorismo, uma safra de políticos de uma direita de corte populista, associou sua imagem e verniz a um movimento político que passa longe de suas crenças, mas move as massas.
A política da prudência, que acompanha os conservadores, balizados pela estabilidade e moderação, passam longe do populismo de botequim vendido pela direita tupiniquim. O dirigismo estatal, obediência messiânica e a política de compadrio estão a algumas léguas de distância dos instrumentos democráticos, do livre mercado, da pluralidade de opinião e limitação do poder do Estado, defendidos pelos conservadores.
O humor dos mercados jamais pode ser definido pelos rompantes do líder populista, mas a estabilidade das regras deve nortear a confiabilidade de um país. Um conservador acredita no poder da estabilidade e previsibilidade institucional como forma de atração de investimento e geração de riqueza para a sociedade.
Infelizmente ainda há muita confusão sobre o conservadorismo, erroneamente associado simplesmente a pautas morais, ensina Márcio Coimbra, pai da ideia.
Populistas travestidos de conservadores transformaram-se hoje em uma ameaça para a democracia, assim como os falsos liberais de ocasião, seduzidos pelo poder.
Comprar estes oportunistas pelo valor de face pode custar muito caro para nossa sociedade.
(Por Macário Batista, jornalista).
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