segunda-feira, 18 de outubro de 2021

O Muro de Berlim!



A estupidez dos homens e a crueldade dos que jamais perdoam seus contendores, sejam eles vencedores ou vencidos, acabaram criando o Muro de Berlim, uma vergonha que faz o mundo inteiro, até hoje, virar o nariz e se contorcer de dores no estômago diante dos fatos. 

O holocausto dividiu pais, filhos, maridos, avós, primos, amigos, irmãos. Não só os separou, mas dividiu de uma forma comprometedora com os próprios sentimentos humanos que deveriam, independente de cor, credo religioso ou político, lutar por suas convicções, mas jamais matar por elas. 

Foi isso que fez a Alemanha escolher uns e outros irmãos, separando-os em castas distintas como se fossem homens e mulheres de primeira e segunda, jamais filhos da mesma pátria, da mesma terra, da mesma língua, dos mesmos encantos e culturas.

Só que, um dia, diante de tudo o que relato, para repensar o episódio e não cairmos na burrice de repeti-lo, os alemães entenderam que não eram alemães do oeste e do leste. Que não eram alemães e alemães, mas somente “alemães”, uma raça que orgulha a humanidade de tê-la irmã. 

Foi então que derrubaram o muro. Derrubaram o muro em todas as formas, inclusive moralmente. Derrubaram o muro que separava irmãos e até pensamentos, nunca os sentimentos de irmãos e filhos da pátria-mãe que deveria, como em todas as nações, envaidecer os filhos. E os alemães voltaram a lutar por objetivos comuns. 

A discutir os interesses dos antigos “lado de lá e lado de cá”, unindo as necessidades e as riquezas, os prazeres e os desejos, a fome e a opulência, os adeuses e as saudades e mais, mais que tudo, as verdades de cada um, como uma verdade única.

O calor da disputa política, muitas vezes, separou famílias, amigos e irmãos.

Os vencidos, enraivecidos ilógicos na natureza política, continuam de barraca (Comitê) armada, canhões apontados, armas à mão, incentivando intrigas e a discórdia, criando o mal-estar que se abateu sobre nossa irmandade, inaugurando a estupidez e a crueldade de um novo Muro de Berlim, desta vez, no Brasil comandado por Bolsonaro e os seus filhos. 

Somos filhos do Brasil e disso não abriremos mão. 

Os cruéis e de coração enfezado serão incapazes de entender que a vida, como dizia o poeta, “é a arte do encontro, embora hajam tantos desencontros pela vida”.

(Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista para o PORTAL OPINIÃO).

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