PANELADA |
Zilá,
que já partiu da vida terrena deixando centenas de boas recordações, era
proprietária de um ponto comercial às margens do Mercado Velho, no centro
comercial de Icó(CE), onde fazia boa culinária típica regional, servia o melhor
cafezinho da cidade, e, era conhecida, também, por suas tiradas pitorescas e as
vezes enfezada.
A sua
irreverência, fez de seu comércio, um ponto de encontro dos políticos mais influentes
da Ribeira do Salgado, comerciantes, e pessoas simples do povo, onde diariamente se
reuniam pra trocar ideias e mexer com Zilá com o objetivo de ouvir uma resposta
adequada a altura do insulto.
Pois
bem, numa certa segunda-feira em que a feira e as vendas já eram consideradas fracas,
por volta das 19h, Zilá se preparava pra guardar as paneladas, as buchadas e os
outros produtos que não tinham sido vendidos, para no dia seguinte, tentar novamente (venda).
Eis
que chega a seu “Ponto de Venda”, um daqueles fregueses que aparece uma vez na
vida e outra na morte, e, o mesmo já lhe devia “uma continha” e fingia ter esquecido.
- “Boa
noite Dona Zilá”.
E ela
de muito bom humor pelas vendas do dia e com a delicadeza que lhe era peculiar,
quando queria, cuidou logo de responder:
- “Boa”.
O freguês,
de todo sabido, cuidou de fazer um pedido.
- Dona
Zilá será que a senhora poderia me vender uma panelada, para eu lhe pagar
amanhã?
Zilá
não demorou na resposta:
- “Já
estou guardando na geladeira, exatamente para não perder”.
(Com Damião Diniz).
(Com Damião Diniz).
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