Como de costume acordei bem cedo!
Fiz o café da madrugada e fui refrescar as ideias lendo de tudo um pouco - jornais, blogs, e artigos sobre a nação chamada Brasil, abençoada por Deus e bonita por natureza.
Inicio por sua coluna, bebendo
de sua inteligência e irreverência de quem conhece o mundo com a palma da mão.
Visito o Eliomar de Lima, com seu crédito e serenidade. Leio o Roberto Moreira
e fico sabendo notícias dos bastidores do poder. Escuto o Luzenor de Oliveira e
o Beto Almeida, dupla mais que perfeita, para falar sobre o Ceará de ponta-a-ponta.
Depois, passo pelo Donizete Arruda, que pensando ser ainda do PC do B, continua
como Nero, desta feita incendiando o Ceará e inquietando os Ferreira-Gomes.
Quanto aos nossos matutinos
impressos, apenas releio o que já sabia de ontem. Mas, como o Icó é o centro do
universo, acabei por finalizar a leitura nos eventos que circulam a Ribeira do
Salgado...daí é que chego com a certeza que acordei de verdade! Que o saboroso
café, enfim, fez efeito.
Há três meses, aqui neste
canto de página, escrevi que o nosso rincão, muito mais que Várzea Alegre de Zé
Helder e Vanderlei Freire, era a cidade dos contrastes, pela inversão em tudo
que faz. Dito e feito!
O poeta, advogado e
escritor refinado, Getúlio Oliveira, em sua humildade cotidiana e com sua bela
pena, foi chamado por mim a escrever os fatos recentes da história icoense, quiçá
política, mas, ele resolveu esquivar-se e explicou sua motivação: “nem o
historiador Gustavo Barroso, se vivo fosse, conseguiria contar ou recontar a
história do Icó”.
Assiste razão o poeta!
Assim como o Teatro da
Ribeira dos Icós, que passou décadas pra ser inaugurado, restando ao Ministro
Gilberto Gil, no passado não muito longe fazê-lo, pelo menos do ponto de vista
formal, a nossa história também nunca tem um exarar final. Ela se reconta
sozinha...e segue infinita...
Veja Macário que hilário, já
nos últimos meses do final do ano de 2014, os “caríssimos” vereadores de Icó, se reuniram em copas, e convocaram
eleições à Mesa Diretora do legislativo mirim do Salgado. Para surpresa de
todos, registre-se, o pacato cidadão Gilberto Barboza abriu a sessão eleitoral,
declarou-se eleito, agradeceu aos presentes que nada entenderam, e foi-se ao deleite
da comemoração.
"Ora
bolas, o rei daqui sou eu", explicou Gilberto! Justo? Sei lá!
Detalhe: Barboza não detinha
os votos suficientes para sentar novamente na principal cadeira do legislativo,
que um dia, honradamente sentou o seu pai, de saudosa memória, Antônio Barboza
que fez história por sua liderança inabalável.
Assim como num vai-e-vem, Barboza assumiu a presidência; depois, sumiu da presidência por uma decisão judicial da justiça icoense. Assume, doravante, Roney Olinda - o homem que tinha os votos da maioria e que não deseja mais sentar na mesa de Jaime Júnior, o prefeito responsável por toda essa pendenga, dantes onde reinava a paz.
E na última quinzena, o Tribunal
de Justiça, depois de muita peleja jurídica, disse a nação cearense que pra ser
presidente da câmara de vereadores de Icó não precisa de maioria de votos dos parlamentares,
mas de ações judiciais bem articuladas e sem qualquer inadequação da via
eleita.
E eis que retorna Gilberto
Barboza, novamente, com o estrondar de fogos de artifícios que balançou os
velhos casarões, igrejas e sobradões da Ribeira do Salgado, e, pasme, causou também um
certo terrorismo aos cães do abrigo É O BICHO, que amedrontados com o barulho,
já procuraram Marconiza Brasil, a benfeitora-defensora dos pequenos animais da cidade, pra
protestar:
- “Fora Gilberto! Fora Roney! Nós queremos é paz, sossego e nada de bombas!”.
- “Fora Gilberto! Fora Roney! Nós queremos é paz, sossego e nada de bombas!”.
Mas, hoje é domingo e
ontem foi sábado. Óbvio meu querido Macário!
E ontem, sábado, os “caríssimos” vereadores de Icó, se
arrumaram todos de novo, pra nova posse, de Gilberto Barboza. Bis in idem?
A justiça de piso de Icó,
célere, cumprindo sentença provisória, mandou avisar a Roney Olinda e cia, que
Barboza queria pressa, pois a carne fresca do churrasco já estava na mesa e
necessitando, pra degustação, de sua presença na presidência da casa do povo.
E assim teje-feito!
Tudo pronto, sem bombas
desta vez, e o sábado que seria de festa na casa dos Barbozas teve que parar
por falta de segurança, servidor público e alguns infortúnios de última hora na sede do poder, que até hoje tem dois presidentes: um eleito pela maioria; o outro doravante empossado pela lei.
Roney preferiu o bom senso! Adiou tudo pra terça, depois que Porca Pelada, nosso maestro com sua alegre banda de música percorra todo o Icó entoando o hino nacional e afirmando sem papas na língua: "aqui é uma terra de loucos".
Roney preferiu o bom senso! Adiou tudo pra terça, depois que Porca Pelada, nosso maestro com sua alegre banda de música percorra todo o Icó entoando o hino nacional e afirmando sem papas na língua: "aqui é uma terra de loucos".
O facebook, também parou
Macário, já que Icó, repito, que é o centro do universo, foi por ele todo utilizado. Só
deu câmara de vereadores no último sábado!
Mas, termino por aqui esta
carta, e, já já estarei indo aos Correios postá-la. Ainda sou do tempo das
antigas, que diga-se, acreditava que vencedor de pleitos eleitorais era quem detinha os votos da
maioria. Mas, deixe pra lá, depois pergunto ao Gilberto como se faz pra vencer e valer!
Finalmente, engomei minha
calça do exército brasileiro, visto a minha camisa verde e amarela, e sigo às pressas pra degustar
do "Mungunzá da Independência" do Bebel Correia, novel prefeiturável de Icó,
pois naquele ambiente festivo, “nem todo mundo é doido e nem todo mundo é sã”.
E viva o Icó!
(Por
Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
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