Um dos males
do Icó, por Dr. Marcos Barreto.
Então, o município de Icó padece, vítima dessa inoperância do DNOCS. Temos toda a água do açude do Orós a nossa disposição, mas sem utilização por boa parte do perímetro. Lembrando que há anos há uma peleja para a reinstalação das bombas, depois falou numa "inviabilidade" e que seria construído um novo canal por gravidade, depois os estudos mostraram que era muito "caro" e acho que estão esperando São Pedro irrigar as terras do nosso perímetro.
"O Dnocs está presente em toda a região, é a
verdadeira universidade do semiárido", diz. [Eudoro Santana é
ex-diretor geral do Dnocs, mandato exercido no primeiro governo Lula].
"Segundo Eudoro, o grande problema do DNOCS é
sua imagem perante a administração federal como órgão onde "reina a
politicagem".
Um dos grandes problemas das nossas cidades, mais especificamente o Icó, é que hoje somos vítimas dessa inoperância. Foram desapropriados em torno do Icó, 10.000ha de terras para implantação de um perímetro irrigado, dos quais foram irrigados em torno de 1500ha.
Um dos grandes problemas das nossas cidades, mais especificamente o Icó, é que hoje somos vítimas dessa inoperância. Foram desapropriados em torno do Icó, 10.000ha de terras para implantação de um perímetro irrigado, dos quais foram irrigados em torno de 1500ha.
Criou-se um cinturão de terras do DNOCS em torno
da cidade, limitando então o seu crescimento natural. Em 1992, o DNOCS, já
vítima desse esvaziamento, repassa para os colonos a gestão do perímetro
irrigado por não ter mais condições de gerir o rebento.
Ora, se o governo federal
não podia, os colonos sozinhos poderiam? Doaram-se alguns implementos
agrícolas, estimularam o endividamento junto aos bancos, mas a manutenção e
recuperação da estrutura fisica até hoje é aguardada.
Temos hoje um perímetro dividido em alguns conjuntos
que recebem água por gravidade e outros(Pedrinhas, GH1, GH2, NH 1,2,3, KL,
M) que há quase duas décadas não recebem uma gota de água.
Primeiro, o DNOCS
deixou de custear o valor da energia em nome de uma agricultura ou economia de
mercado. Plantar arroz, gasta-se muita água, muita energia elétrica, portanto,
é inviável. Como os colonos não conseguiam pagar a conta da energia elétrica,
deixou-se de irrigar, os canais deixaram de receber manutenção e pela ação do
tempo foram destruídos.
Assim, o perímetro irrigado Icó-Lima Campos, ficou
abandonado a sua sorte. Lembro que numa época, o Governo do Estado, instalou
energia elétrica em todos os lotes, distribuiu kit de irrigação voltados para a
fruticultura, mas novamente os colonos ficaram a ver navios, pois não tinham
como ir aos bancos buscar financiamento para custear a produção, pois as
terras, os lotes, não tinham escrituras (piada, né?) e os bancos não tinham
como fazer o empréstimo.
Quanto ao problema da inadimplência dos colonos, foi
sugerida uma "solução", tirar o custeio em nome de alguém da família.
Terminou não dando certo no final.
Atualmente, não tem um lote com a rede
elétrica ligada, quando não, já foi roubada, os kits de irrigação, uma boa
parte foram levados numa cheia do Rio Salgado, pois o dique de proteção não
tinha sido restaurado.
Então, o município de Icó padece, vítima dessa inoperância do DNOCS. Temos toda a água do açude do Orós a nossa disposição, mas sem utilização por boa parte do perímetro. Lembrando que há anos há uma peleja para a reinstalação das bombas, depois falou numa "inviabilidade" e que seria construído um novo canal por gravidade, depois os estudos mostraram que era muito "caro" e acho que estão esperando São Pedro irrigar as terras do nosso perímetro.
O Icó padece e carece que o governo federal,
através do DNOCS, atue de forma firme e faça os investimentos para recuperar o
nosso perímetro irrigado. Que mude a prática, porque parece que nesses últimos
20 anos, foi enganar até que os colonos se aposentarem para ter um meio de
sobrevivência."
# O autor desse
texto é o Dr. Marcos Barreto (foto), fisioterapêuta em Icó (CE).
NOTA: DO FACEBOOK COM BLOG DO VOLTAIRE.
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