segunda-feira, 17 de março de 2014

Usar arma de fogo adianta?


Por Ítalo Moreira Martins, Promotor de Justiça.

Para quem defende o direito do cidadão portar arma de fogo como uma das soluções para a onda de insegurança que vivemos, a reportagem do fantástico exibida há pouco ajuda a desmistificar um pouco essa ideia, nos trazendo pelo menos uma reflexão mais profunda sobre o assunto. 
San Pedro Sula, em Honduras, pelo terceiro ano consecutivo, foi apontada como a cidade mais violenta do mundo (excluindo-se as em guerra). A cidade apresenta um índice de homicídios 16 vezes maior que o de São Paulo, ou seja, uma verdadeira carnificina.
Registre-se, porém, que, pelas leis hondurenhas, cada cidadão pode ser dono de cinco armas de fogo, sendo comum encontrá-las por toda parte; em supermercados, farmácias, restaurantes, há sempre vigias com uma escopeta na cintura, no entanto, crimes por lá é o que não faltam, aliás, não apenas na cidade de San Pedro Sula, mas em todo país.
Se armar a população fosse uma medida tão eficaz assim, Honduras, que permite ao cidadão ser dono de até 5 armas de fogo, deveria ser um dos países mais tranquilos do mundo, todavia, é extremamente violento, recebendo uma de suas cidades o indesejado título de tricampeã da violência.
A omissão do Estado na área de segurança ajuda a explicar porque tantos defendem o uso de armas pelo cidadão, o exemplo de Honduras nos ajuda a entender porque tal medida está longe, muito longe de ser uma solução.

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