O profeta icoense Otacílio Holanda, que já repousa na Pátria celestial, costumava afirmar em suas participações nos programas de rádio da região do Vale do Salgado, ao fazer suas análises pluviométricas, que “vento frio” é sinal que as chuvas por essas bandas do semiárido nordestino foram embora definitivamente do período da então quadra chuvosa.
Assiste razão o profeta. Elas se foram silenciosamente de todos os recantos do Ceará e nos chavões do Seu Otacílio que “choveu bem nuns cantos sim, noutros não”, fazem todo o sentido.
No Vale do Salgado, Centro Sul e Cariri, as chuvas deixaram um bom legado com açudes e barragens cheias, outras vazando como sinônimo de esperanças.
Que o digam os açudes Orós e Lima Campos, ambos na ordem de 60% em suas recargas, sendo os maiores volumes registrados em quase uma década e meia, diferente dos ressequidos sertões dos Inhamuns que nesta semana está entre as 16 cidades brasileiras mais afetadas por desastres naturais que tiveram situação de emergência reconhecida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. As recargas em seus reservatórios d’águas foram totalmente insignificantes.
Pois bem; ainda lembrando de “ventos frios” para quem tem o costume diário durante praticamente todo o ano de viver na cidade mais luminosa do Estado do Ceará e ter o calor como cúmplice, por certo fica surpreso que os ventos do Aracati que atualmente percorrem nossas ruas largas e becos estreitos, às 21h, lambendo os pesados telhados de nossos casarões, igrejas e sobradões, de inopino passarem a ser, repita-se, frios e na casa de seus 28 graus, passando a dúvida até mesmo se estamos em terras do sudeste do pais ou na bela Guaramiranga, já que não faz parte esse clima ameno em nossos torrões.
Enquanto isso outros profetas cearenses sustentam que o tempo endoidou de vez: faz frio pela manhã, calor à tarde e frio a noite!
Até 2023.
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
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