Icó, a cidade desencantada!
Não são arranha-céus nas avenidas, ruas - não raro esburacadas - trânsito caótico, calçadas, bem ou mal cuidadas, periferia, clima quente e chuvas eventuais que fazem uma cidade.
Não são os seus quilômetros quadrados de área que definem seu território. A cidade é um ente vivo, não uma delimitação geográfica.
O Icó real está no cotidiano de quem trabalha, ama, se diverte. A cidade come, bebe, pratica esportes, encontra amigos, faz sexo, lê jornal, navega na Internet. Ano após ano, o aspecto humano nunca teve destaque no poder público municipal de Icó.
Um exemplo disso é a falta de políticas públicas voltadas para a geração de emprego e renda. Infelizmente, não possuímos sequer uma indústria no município. A Prefeitura não trabalha para gerar trabalho para o povo.
Enquanto isso, o comércio local não progride e fica na mesma mesmice de sempre, vendendo seus produtos de acordo com o pagamento salarial dos professores e dos aposentados. Hoje, em Icó, só temos dois grandes bancos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), uma agência dos Correios, onde se pode ter os serviços do Bradesco, e uma filial da CDL, que precisa de mais incentivo para trabalhar em nome dos lojistas.
A ideia da sede própria é fantástica. E é um grande passo. Icó necessita urgente de indústrias. Território nós temos. Basta a Prefeitura oferecer incentivos fiscais aos empresários e correr atrás dos empreendimentos. O nosso povo é trabalhador e quer emprego. A juventude necessita de mais oportunidades, tanto na educação, na cultura e no lazer.
O que interessa é a pluralidade, a diferença, as contradições. Uma cidade e um povo vivem disso. Icó tem um povo cujas raízes interioranas estão bem vivas.
Por que não explorar a comemoração da Festa do Senhor do Bonfim o ano todo? Por que não fazer dessa festa igual como acontece em Juazeiro do Norte e Canindé? Temos que deixar de negar que somos preconceituosos e enxergar preconceito nos demais.
Não podemos, apesar do sol e do clima, passar a maior parte do tempo livre em casa, vendo televisão, ouvindo música ou dormindo. O povo precisa de emprego. Nunca vi sequer uma ação concreta do setor de Desenvolvimento Econômico, vinculado a Secretaria de Cultura e Turismo.
Para que um órgão se não temos resultados positivos? Precisamos de ações mais eficazes e menos promessas vagas. O sistema FIEC, SESI, SENAI e FECOMÉRCIO têm o maior prazer em ajudar os municípios que possuem projetos.
Basta se programar e fazer por onde. Fica a dica!
O que queremos propôr é um deslocamento quase total de foco. Se não investe em obras, por que não investir nas pessoas, no humano? Ou seja: Da cidade para seus moradores. Não é Icó, mas os icoenses.
Nesse sentido, passa a questão da pobreza e os nossos conterrâneos que vivem abaixo da linha de pobreza.
Que tal pensar nisso?
Fica a sugestão!
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