quinta-feira, 8 de novembro de 2012

AS ÁGUAS DE JANEIRO NA POLÍTICA DO ICÓ.


Após o fim do pleito, muitos ainda, analisam erros e acertos do período eleitoral, principalmente, como será o desenrolar das conseqüências dos pós-eleições.

Ulisses Guimarães - deputado e ex-presidente da câmara federal (já falecido), o maior líder do PMDB nacional e uma das figuras mais lembradas até os dias atuais, pela dignidade e pelo olhar sempre futurista em suas análises, dizia à época, “que não existe político morto”. Eles ou alguns, “sempre ressurgem das cinzas”, afirmava com ênfase.

Em Icó, sempre após as disputas, costuma-se ouvir que agora, “estes não ganham mais nem pra vereador”. Preconceito vulgar; e, diga-se, que a disputa pra vereador nos municípios, é muito mais dura, agressiva, postulada do que qualquer eleição majoritária e proporcional, como deputados, senadores, etc e tal.

OS NUNES.

Marcos Nunes, que saiu vencido para prefeito, mostrou na verdade, pouca vocação política. Não era seu habitat natural, ficou fácil de observar no desfecho dos fatos que seguiram em todo o quadriênio que governou, incluindo também, a guerra partidária da campanha finda.

Deve, talvez, até pela inelegibilidade processual, vez que desistiu de se defender duma AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral, ficar oito anos fora de qualquer disputa. Daí, o desaguar para outros horizontes e seguir o seu caminho na indústria musical.

Ricardo Nunes, atual vereador com seguidas eleições, conquistou de novo um mandato eletivo, com expressiva votação. Espera o desfecho de uma ação no Tribunal Superior Eleitoral – TSE, em Brasília, bem como ainda não se manifestou ou não acerca de sua continuidade na vida pública. Há quatro anos, chegou a dizer numa rádio local, que iria transferir sua liderança para outra pessoa, amigo, família ou correligionário.

Oriel Nunes ingressou numa aventura política em Orós, outrora candidato a prefeito, terminou subindo em dois palanques diferentes. Sem sucesso eleitoral algum, perdeu a oportunidade com sua liderança ainda viva em Icó, de ajudar o filho a reeleger-se prefeito de Icó.

Família numerosa e com grande identidade popular, os Nunes e seguidores partidários, ainda esperam pelo talento político do ex-prefeito e Deputado Estadual Neto Nunes, sempre lembrado como figura carismática e de muita interação em todos os níveis de poder e na comunidade.

Uma tarefa árdua, difícil, pelo passar do tempo, mas que será ainda o pilar de muitos acontecimentos em Icó, ademais, com vários irmãos filiados a partidos políticos. A sucessão, da oligarquia, seguirá pelas mãos da própria família ou por eles, indicados.

OS PEIXOTOS.

O médico Quilon Peixoto, congrega ainda parcela significativa de apoiamento popular, principalmente, nas famílias tradicionais da terra dos Icó, vez ter sido prefeito em duas oportunidades; médico com 50 (cinqüenta anos) de puro sacerdócio. 

Indicou o seu filho, Charles Peixoto, como vice-prefeito de Marcos Nunes. Com amadurecimento pessoal, contribuiu para a vitória, em 2008, bem como juntou muitos em 2012. Deve, assim, como Marcos Nunes, ficar inelegível por oito anos.

CARDOSO MOTA.

Sem disputar mandatos, neste período, indicou o irmão Maninho Mota, vereador do município de Icó. Irmão eleito, mostrou sua força, vez que era o mais aplaudido e acolhido orador, nos palanques e nas ruas do Icó. Comenta-se, que é pela humildade no trato com as pessoas; pelo reconhecimento de grande médico da cidade e, também, pelos fatos ocorridos em sua dramática administração a frente da prefeitura do Icó. “Fui traído”, queixa-se Mota.

JAIME JÚNIOR.

Com vocação política e administrativa, Jaime Júnior, elegeu-se no último pleito em Icó, muito mais pelos chavões pesados em desfavor dos Nunes-Peixotos, do que pela apresentação de projetos administrativos. E era chamado o “ante” a tudo que se apresentava como definem os cientistas políticos tupiniquins locais.

Sem tradição política alguma, já que não é natural de Icó, iniciou sua carreira meteórica como Chefe de Gabinete do então prefeito Neto Nunes; depois, rompeu e seguiu como candidato a vice-prefeito do também então prefeito Cardoso Mota. Rompeu com ambos e seguiu carreira solo.

Perdeu em 2008, para a prefeitura; insistiu, foi buscar os descontentes, somou os também já tradicionais do contra; consagrou-se eleito.    

Tem muita história prá contar, se a vaidade pessoal que é uma característica perigosa; se a ambição pelo poder também marca indelével de seu comportamento, permitir(em) a caminhada do trem, sem quebra-molas ou espinhos.

OS PEREIRAS.

A família Pereira, de tradição longínqua no comércio de Icó, poderá ser o fogo amigo no futuro próximo. É uma hipótese, claro! Com luz própria, já que são prósperos empresários de vários ramos comerciais, reelegeram seu vereador, Ítalo da Paz, e indicaram o bancário Diassis Pereira, na condição de vice-prefeito de Jaime Júnior.

Ítalo da Paz, vereador inquieto, pertenceu a base de sustentação de Marcos Nunes. Esperneou para ser presidente do legislativo-mirim. Elegeu-se numa briga que desaguou no Poder Judiciário. Aquelas eleições foram julgadas nulas. Irresignado, rompeu com os Nunes e foi para a bancada da oposição.

No jargão político, comenta-se, que Ítalo da Paz e Diassis Pereira, não aceitam serem tratados como figuras decorativas. Esperam os seus espaços plurais, já que foram sujeitos marcantes para a vitória. Daí, as primeiras conseqüências, pois, os espaços de muitos ansiosos pela chegada ao poder, esbarram-se na importância que cada um diz ter em seu sucesso eleitoral.

Veja, já têm os inúteis inocentes se elegendo a secretário(s); a donos de carros alugados; a donos disso e daquilo.

O resultado das especulações deve sem encerrado, com a caneta firme e com muita tinta, em janeiro de 2013, pelo prefeito eleito.

Assim, os que ficam na oposição nas águas de janeiro de 2013, com o possível inverno, começam a juntar os descontentes; os raivosos; as viúvas das viúvas do Palácio da Alforria.

Agora, só o tempo dirá, vez que somente ele neste aspecto, “é o Senhor de todas as razões”.    
  

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