De ponta a ponta do muro, o preto
sobrepõe-se ao cinza. Dizeres inelegíveis levam embora parte da beleza
de um lugar histórico para uma cidade já carente de preservação de
patrimônios e de sentimento de pertença de quem nela vive. É chegar à
Praça General Tibúrcio, no Centro, e entristecer com o cenário.
Nem a pilastra de sustentação do leão da escadaria principal, no cruzamento da rua Sena Madureira com a rua São Paulo, escapa das pichações. O equipamento carece de carinho. De quem o construiu e de quem por ali passa.
Mas hoje, a praça ganha uma boa dose de atenção. Pela terceira vez nos últimos dois anos, um grupo de voluntários toma para si a responsabilidade de zelar pelo que todos usam. Por conta própria, apagará os desabafos particulares de “bicudos”, “pânicos” e “açúcares” num espaço que é público (e, por isso, de cada um e não de qualquer um).
Funcionará como um protesto, cujo único ruído será o do abrir dos latões de tinta e o do correr dos pincéis. Tudo comprado do bolso dos participantes. “Os pichadores aqui estão numa terra sem lei, eles pintam e bordam. Nada escapa das pichações; só eles escapam dos braços da lei. A sociedade não pode ficar parada. Temos que protestar contra eles e a omissão do poder público”, conclama um dos organizadores da mobilização, Luiz Antonio Lima.
Voluntariado.
Cerca de 30 pessoas participaram das outras duas forças-tarefa. Na da manhã de hoje, os líderes do movimento sonham com uma Praça dos Leões lotada de fortalezenses para mostrar que o querer de uma pequena multidão pode durar mais de 24 ou 48 horas. Porque era os voluntários saírem para os pichadores voltarem para uma nova investida de depredação. “O importante é que apareçam pessoas dispostas a protestar e repercutir o bom exemplo”, frisa Lima.
A participação é livre. E gratuita. Mas o advogado frisa a importância de crianças serem envolvidas no ato. “Nada melhor que um bom exemplo. A criança que participa tem mais chance de tornar-se um cidadão e não um criminoso. Porque pichar é crime”, explica Luiz Antonio Lima.
Quem for, ele aconselha levar pincel e, se possível, tinta. Cinza. Para o preto dos garranchos ser sobreposto aos “escritos” do “boys of street”. “Faça chuva ou sol, estaremos lá”, assegura o organizador. Porque os muros separatistas unem manifestações na cidade das delicadezas diante dos olhos do mundo.
ENTENDA A NOTÍCIA
Incomodados com as pichações na Praça dos Leões, voluntários mobilizam-se no resgate da beleza do lugar. Outras duas forças-tarefa já foram realizadas pelo mesmo grupo. Para participar, basta chegar.
Saiba mais.
Luiz Antonio Lima diz que realiza mobilizações de “educação, reeducação e protesto”, como define, desde 1991.
O levante contra as pichações foi idealizado pela Associação dos Pais de Alunos do Estado do Ceará (Apace), que realizou durante anos a feira de troca de livros na Praça dos Leões.
O advogado reclama a inexistência de uma delegacia especializada no Ceará para receber denúncias de pichações (e, consequentemente, investigar e prender os autores), a exemplo do que acontece em São Paulo. “Lá, eles são perseguidos, investigados, processados, presos, condenados e têm que ressarcir o prejuízo causado, seja ao poder público ou ao setor privado”.
Em 23 de agosto do ano passado, O POVO mostrou a primeira mobilização que Luiz Antonio Lima organizou em prol da Praça dos Leões. À época, o muro do equipamento tinha sido pichado enquanto recebia mãos de tinta do projeto “Tudo de cor pra Fortaleza”.
Em 10 de setembro do mesmo ano, uma nova matéria do O POVO mostrava que, após nova pichação, espaço teria posto da Guarda Municipal de Fortaleza. A instalação aconteceria dentro de um mês. Ontem, em visita ao espaço, O POVO não localizou agentes da Prefeitura.
(DO JORNAL O POVO).
DETALHE: O COLEGA ADVOGADO, LUIZ ANTONIO LIMA, FOI MEU CONTEPORANEO DA UNIVERSIDADE FORTALEZA - UNIFOR. REGISTRO, COM ALEGRIA, SUA INICIATIVA.
Nem a pilastra de sustentação do leão da escadaria principal, no cruzamento da rua Sena Madureira com a rua São Paulo, escapa das pichações. O equipamento carece de carinho. De quem o construiu e de quem por ali passa.
Mas hoje, a praça ganha uma boa dose de atenção. Pela terceira vez nos últimos dois anos, um grupo de voluntários toma para si a responsabilidade de zelar pelo que todos usam. Por conta própria, apagará os desabafos particulares de “bicudos”, “pânicos” e “açúcares” num espaço que é público (e, por isso, de cada um e não de qualquer um).
Funcionará como um protesto, cujo único ruído será o do abrir dos latões de tinta e o do correr dos pincéis. Tudo comprado do bolso dos participantes. “Os pichadores aqui estão numa terra sem lei, eles pintam e bordam. Nada escapa das pichações; só eles escapam dos braços da lei. A sociedade não pode ficar parada. Temos que protestar contra eles e a omissão do poder público”, conclama um dos organizadores da mobilização, Luiz Antonio Lima.
Voluntariado.
Cerca de 30 pessoas participaram das outras duas forças-tarefa. Na da manhã de hoje, os líderes do movimento sonham com uma Praça dos Leões lotada de fortalezenses para mostrar que o querer de uma pequena multidão pode durar mais de 24 ou 48 horas. Porque era os voluntários saírem para os pichadores voltarem para uma nova investida de depredação. “O importante é que apareçam pessoas dispostas a protestar e repercutir o bom exemplo”, frisa Lima.
A participação é livre. E gratuita. Mas o advogado frisa a importância de crianças serem envolvidas no ato. “Nada melhor que um bom exemplo. A criança que participa tem mais chance de tornar-se um cidadão e não um criminoso. Porque pichar é crime”, explica Luiz Antonio Lima.
Quem for, ele aconselha levar pincel e, se possível, tinta. Cinza. Para o preto dos garranchos ser sobreposto aos “escritos” do “boys of street”. “Faça chuva ou sol, estaremos lá”, assegura o organizador. Porque os muros separatistas unem manifestações na cidade das delicadezas diante dos olhos do mundo.
ENTENDA A NOTÍCIA
Incomodados com as pichações na Praça dos Leões, voluntários mobilizam-se no resgate da beleza do lugar. Outras duas forças-tarefa já foram realizadas pelo mesmo grupo. Para participar, basta chegar.
Saiba mais.
Luiz Antonio Lima diz que realiza mobilizações de “educação, reeducação e protesto”, como define, desde 1991.
O levante contra as pichações foi idealizado pela Associação dos Pais de Alunos do Estado do Ceará (Apace), que realizou durante anos a feira de troca de livros na Praça dos Leões.
O advogado reclama a inexistência de uma delegacia especializada no Ceará para receber denúncias de pichações (e, consequentemente, investigar e prender os autores), a exemplo do que acontece em São Paulo. “Lá, eles são perseguidos, investigados, processados, presos, condenados e têm que ressarcir o prejuízo causado, seja ao poder público ou ao setor privado”.
Em 23 de agosto do ano passado, O POVO mostrou a primeira mobilização que Luiz Antonio Lima organizou em prol da Praça dos Leões. À época, o muro do equipamento tinha sido pichado enquanto recebia mãos de tinta do projeto “Tudo de cor pra Fortaleza”.
Em 10 de setembro do mesmo ano, uma nova matéria do O POVO mostrava que, após nova pichação, espaço teria posto da Guarda Municipal de Fortaleza. A instalação aconteceria dentro de um mês. Ontem, em visita ao espaço, O POVO não localizou agentes da Prefeitura.
(DO JORNAL O POVO).
DETALHE: O COLEGA ADVOGADO, LUIZ ANTONIO LIMA, FOI MEU CONTEPORANEO DA UNIVERSIDADE FORTALEZA - UNIFOR. REGISTRO, COM ALEGRIA, SUA INICIATIVA.
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