segunda-feira, 9 de agosto de 2021

A redução bariátrica e o céu!


A bariátrica é um tipo de cirurgia na qual o sistema digestivo é alterado com o objetivo de diminuir a quantidade de comida tolerada pelo estômago ou para modificar o processo natural de digestão, de forma a reduzir drasticamente a quantidade de calorias absorvidas, facilitando a perda de peso.

Pois bem, no ano de 2001, com cerca de 140k e uma acentuada pressão alta - legado da minha família paterna -, fui um dos primeiros de milhares que fez a hoje tão popular redução bariátrica.

Naquele mesmo ano de 2001, na condição de então vice-prefeito do município de Icó, fui designado para representar a municipalidade em Brasília, no Distrito Federal, e no gabinete do ex-deputado federal Eunício Oliveira, onde encontrei o deputado estadual Sílvio Frota.

Logicamente, cumprimentei a ele e aos outros com toda reciprocidade de respeito. Foi aí, então, que o Sílvio perguntou se eu estava lembrando dele. Com sinceridade, respondi que não; e nem tinha como. Ele tinha feito a bariátrica e parecia quase por completo, uma outra pessoa.

Esclarecido o susto com a sua novel aparência, fiquei sabendo acerca da cirurgia - até então desconhecida do grande público e mais precisamente dos seus benefícios à saúde.

De volta à Terra da Luz, procurei o Dr. Luiz Moura, médico valoroso e competente, nascido em Cedro, mas com promissora carreira na capital de todos os cearenses.

À época, existia um longo ritual pré-operatório: exames, consultas com psicólogos, cardiologistas e demais profissionais acompanhavam bem de perto os procedimentos.

Somente na minha família, uns dez já fizeram a bariátrica e entre amigos, perdi as contas de quantos encaminhei ao Dr. Luiz Moura.

Nas reuniões, com a presença de outros gordinhos, a psicóloga ouvia os seus testemunhos e a motivação que o fizeram procurar por este processo cirúrgico.

E foi nessas reuniões que conheci a senhora Maria Luíza. Uma simpática senhora que tinha problemas por conta da obesidade, como mobilidade, pressão alta e diabetes.

Enfim, fiz a cirurgia! Valeu à pena. Perdi quase 50% do peso, à época, mas por ter vida sedentária associada a tira-gosto, recuperei uma parte no meio do caminho.

"Seu Fabrício, vale à pena. Desejo retornar mais jovem e saudável. E se a gente morrer, com certeza vamos direto pro céu", afirmava Maria Luíza.

O certo é que a cirurgia foi um sucesso, acompanhada do devido medo, vez que era uma experiência nova no mundo da medicina.

Ao acordar na UTI, "vi tudo azul em minha volta".

Resolvi falar alto: "morri e já estou no céu".

Em outra cama próxima, a simpática Maria Luíza cuidou de esclarecer:

"QUEM DERA ESTARMOS NO CÉU, FABRÍCIO. MAS É SÓ O TETO DA UTI QUE É PINTADO DE AZUL".

E assim passaram-se 20 anos...!


(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).

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