Alguns amigos comentam que eu sou um bairrista extraordinário em louvor diário à minha pátria denominada Icó, sertão ressequido do Estado do Ceará, onde recebi carinhosamente o apelido sugerido por meu estimado parceiro de longas histórias e compartilhamentos do cotidiano, Macário Batista, de o “Guardião da Ribeira do Salgado dos Icós”.
Não tenho como negar o óbvio, porém, ao relembrar a história desta cidade de ruas largas e becos estreitos, vejo que o amor não é gracioso, pois nela demoram mais de 300 anos de histórias, lendas, causos, fatos que, até os dias atuais, enriquecem milhares de páginas de eventos de todas as naturezas.
Dr. Paulo Quezado, advogado competente e militante entusiasmado, um estudioso contínuo de história, filosofia, religiosidade – “uma inteligência extraordinária” -, vez por outra, conta-nos, através dos microfones da rádio Verdes Mares (AM) de Fortaleza, no programa do Tom Barros, a vida de grandes personagens cearenses e suas andanças pelos sertões do Ceará.
E lembra sempre que o “Icó é um almanaque bem plural de passagens da história” que muitos, inclusive icoenses e cearenses, ainda precisam conhecer melhor, afinal, já bradava o professor Miguel Porfírio hoje habitante da pátria celestial:
- “povo sem história é povo sem memória”.
Pois bem, como se explica que europeus afortunados, bem trajados, que falavam vários idiomas, com louças e talheres em ouro, resolveram deixar os seus países de origem e vir ao Icó?
- Cidade que dista 368km do mar, sertão seco e daí resolvem investir em fazendas e, o melhor, edificar um dos mais belos acervos arquitetônicos da humanidade, o nosso Patrimônio Histórico como o Teatro da Ribeira dos Icós; o Sobrado do Barão do Crato e de Glória Dias; a Casa de Câmara e Cadeia; as Igrejas da Matriz; do Senhor do Bonfim, do Rosário e do Monte; o Sobrado do Canela Preta; o Palácio da Alforria, além de outras dezenas de Casarões e Sobradões espalhados por ruas e avenidas, citando apenas alguns.
A história explica parte dessa convergência de acontecimentos, mas, no contexto geral, prefiro acreditar que o “Icó foi escolhido” por ser bem como o seu povo, de todos especiais e importantes nos cenários do passado ao presente e futuro.
Creio!
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.