Jogando pedra na cruz
Sou homem de fuxico, não. Pra mim, notícia é notícia, mentira é mentira, fuxico é fuxico e opinião é opinião e cada um dá a sua ou o que é seu a quem quiser. Então este canto aqui muitas vezes é de opinião, que é só o que posso dar.
Tava aqui pensando e pensar ás vezes é opinião; o povo diz que tem gente que pisa em rastro de corno e que isso dá má sorte. Só que a sorte de uns às vezes afeta a sorte alheia. O Brasil, nunca teve terremoto. Está tendo. O sul maravilha nunca, ou quase nunca teve falta d'água.
Tá tendo. Sul e sudeste e centro oeste nunca tiveram falta de energia. Está tendo e sendo obrigados e pedir energia pra nós, aqui no Nordeste. Seca no Paraná? Nunca ouvi falar. Inflação estava sob controle havia anos. Perderam o bridão.
Até bem pouco a gasolina estava de dois paus; tá de sete. O dólar, que dava pra empregada doméstica tirar férias em Miami, não permite mais nem cearense viajar do Icó ao Iguatu e comer um peixe frito no bar do Zeca Loiola, em Lima Campos. Carne pra mistura? Tem fila em açougue pra ganhar um osso.
Ovo? O filé do pobre? Bife do zoião? Só de dois em dois. Bandeja com 30 já era. Tomate, cenoura, pimentão, batata, cebolinha...tá doido! Isso é artigo de luxo, pra dono de banco. E o busão? Arrume uma magrela e vá..
Mas vá rezando que cê pode perdê-la pros bandidos, pois a segurança e aquilo são a mesma coisa. Paro de citar coisas e poderia citar fatos. Ficaria longo e enfadonho.
Só queria lembrar que antes dessa gente a terra não tremia e furacão não arrancava telhado na Meruoca. Queria nisso tudo dizer que neguim aí, sei quem, não, anda pisando em rastro de corno.
Ou jogando pedra na cruz; sei lá!
(Por Macário Batista, jornalista).
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