Nos últimos meses de cada ano, já é esperado nos sertões do semiárido nordestino, as queimadas que atingem principalmente a zona rural dos municípios.
No Nordeste, no entanto, elas ocorrem também em função das mudanças climáticas. Com efeito, a região vem passando por secas sucessivas, as quais agravam os riscos de incêndios, pela ausência de umidade no ar e pela ampliação da biomassa passível de ser mais facilmente queimada.
As queimadas são atividades realizadas tanto em áreas de florestas como em áreas de pastagens, ocorrendo para diversas finalidades, como limpeza da vegetação ou preparo do solo, para a agricultura e pecuária. Elas podem ser de dois tipos, natural e humano, causadas pelo próprio meio ambiente ou pelos seres humanos.
A aproximação dos meses mais secos do ano infelizmente traz um grande alerta. Com a irregularidade da chuva e temperaturas ainda altas, a tendência é de elevação nos registros de fogo. O sertão nordestino deve ser a área mais atingida neste ano.
No Ceará, o Corpo de Bombeiros informa que tem sido crescentes as estatísticas nos últimos anos de queimadas às margens das cidades e tem assustado a população, com o intenso calor, fumaça, invadindo até mesmo as sedes urbanas.
Em Icó, Orós, Iguatu, Solonópole, citando apenas alguns exemplos, o fogo chegou perto da população que, assustada, pediu providências urgentes das autoridades.
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, bombeiros civis, servidores das secretarias municipais do meio ambiente e voluntários se uniram para tentar cessar as queimadas dos sertões às cidades.
Em nosso Estado, formado por 184 municípios, infelizmente temos a presença de bases do Corpo de Bombeiros - além de Fortaleza -, em apenas 13 regiões.
Os municípios estão totalmente descobertos e urge uma tomada de providências dos governantes.
Em grande parte do Ceará, as residências remontam ainda a estruturas antigas, instalações elétricas precárias, que não resistem a qualquer acidente que envolva fogo/incêndio.
Nas cidades mais antigas, ainda demoram em ruas e avenidas, Casarões, Igrejas, Sobradões e relíquias seculares que serão riscadas definitivamente da história sem a presença dessas instituições de prevenção e de combate ao fogo-queimadas.
A crise hídrica que o Brasil vive em 2021, a pior nos últimos 91 anos, deve ajudar a potencializar uma nova série de queimadas devastadoras em todos os quadrantes da federação.
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista para o Portal OPINIÃO).
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